terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Cap. 18

A Teoria da Contingência é a última novidade dentro da teoria administrativa e marca um passo além da Teorias de Sistemas. Suas origens remontam às recentes pesquisas de Chandler, Burns e Stalker, Woodward e Lawrence e Lorsch a respeito das organizações e seus ambientes. Todas essas pesquisas revelaram que o a teoria administrativa disponível até então era insuficiente para explicar os mecanismos de ajustamento das organizações aos seus ambientes de maneira proativa e dinâmica.

Verificou-se que muita coisa dentro das organizações era decorrente do que existia fora dela, nos seus ambientes. Passou-se a estudar os ambientes e a interdependência entre a organização e o meio ambiente. As organizações escolhem seus ambientes e depois passam a ser condicionadas por eles, necessitando adaptar-se a eles para poderem sobreviver e crescer. O conhecimento do ambiente passou a ser vital para a compreensão dos mecanismos organizacionais. Todavia, a análise ambiental ainda é bastante precária, requerendo muita pesquisa pela frente.

Outra variável que condiciona a estrutura e o comportamento organizacional é a tecnologia utilizada pela organização. Para defrontar-se com o ambiente, a organização utiliza tecnologias que condicionarão a sua estrutura organizacional e o seu funcionamento. A partir da Teoria da Contingência, a variável tecnologia passou a assumir um importante papel na teoria administrativa. Alguns autores chegam a falar em imperativo tecnológico sobre a estrutura organizacional.

Em uma apreciação crítica, verifica-se que a Teoria da Contingência é eminentemente eclética e interativa, mas ao mesmo tempo relativista e situacional. Em alguns aspectos, parece que a Teoria da Contingência é muito mais uma maneira relativa de encara o mundo do que uma teoria administrativa.

Cap. 17


A Teoria dos Sistemas é uma decorrência da Teoria Geral da Sistemas desenvolvida por Von Bertalanffy e que se espalhou por todas as ciências, influenciando notavelmente a Administração.

A abordagem sistêmica contrapõe-se à microabordagem do sistema fechado.

O conceito de sistemas é complexo: para sua compreensão torna-se necessário o conhecimento de algumas características dos sistemas – propósito, globalismo, entropia e homeostasia – bem como dos tipos possíveis e dos parâmetros dos sistemas – entrada, processo, saída, retroação e ambiente. O sistema aberto é o que melhor permite uma análise ao mesmo tempo profunda e ampla das organizações.

As organizações são abordadas como sistemas abertos, pois o seu comportamento é probabilístico; e não-determinítico as organizações fazem parte de uma sociedade maior, constituídas de partes menores; existe uma interdependência entre as partes das organizações; a organização precisa alcançar uma homeostase ou estado firme; as organizações possuem fronteiras ou limites mais ou menos definidos; têm objetivos; caracterizam-se pela morfogênese.

Dentro dessa abordagem, avulta o modelo de Katz e Kahn – importação- processamento-exportação - com características de primeira e segunda ordens.

Por outro lado, o modelo sociotécnico de Tvistock representa igualmente uma abordagem sistêmica calcada sobre dois subsistemas: o técnico e o social.

Em uma apreciação crítica da Teoria de Sistemas, verifica-se que essa abordagem trouxe uma fantástica ampliação na visão dos problemas organizacionais em contraposição à antiga abordagem do sistema fechado. Seu caráter integrativo e abstrato e a possibilidade de compreensão dos efeitos sinergísticos da organização são realmente surpreendentes. A visão do homem funcional dentro das organizações é a decorrência principal sobre a concepção da natureza humana. Apesar do enorme impulso, a Teoria de Sistemas ainda carece de melhor sistematização e detalhamento, pois sai ampliação prática é ainda incipiente.

Cap. 16


A Teoria Matemática é relativamente recente no campo da Administração.

Sua maior área de aplicação na Administração é o processo decisorial, principalmente quando as decisões são relativamente programáveis.

Alguns autores enfatizam o enorme potencial dos modelos matemáticos em Administração.

A pesquisa operacional (PO) é uma das alternativas de métodos quantitativos de enorme aplicação dentro da Administração, através de variadas técnicas, como a Teoria dos Jogos, a Teoria das Filas, a Teoria dos Grafos, a Programação Linear, a Probabilidade e Estatística Matemática e a Programação Dinâmica.

Todavia, fazendo-se uma apreciação crítica da Teoria Matemática da Administração, verifica-se que realmente a sua aplicação é predominantemente voltada para os níveis organizacionais próximos à esfera da execução e relacionada exclusivamente com as operações e tarefas.

Cap.15


Embora seja uma ciência recente, a Cibernética proporcionou uma profunda influência sobre a Administração, não apenas em termos de conceitos e de idéias, mas principalmente pelos seus produtos como máquinas, computadores etc.
Alguns conceitos da Cibernética ultrapassaram as suas fronteiras e foram rapidamente incorporados à teoria administrativa: o conceito de sistema, a classificação de sistemas, propriedades dos sistemas e a representação de sistemas através de modelos. Igualmente outros conceitos, como entrada, saída, processamento, caixa negra, retroação, homeostasia e informação são usados hoje na linguagem comum da teoria administrativa. A Teoria da Informação proporcionou uma visão mais ampla dos fenômenos de informação e comunicação dentro das organizações.

Assim, a Cibernética trouxe uma série de conseqüências e influências muito poderosas sobre a Administração.

Cap. 14


O D.O. ( Teoria do Desenvolvimento Organizacional) nasceu na década de 60 em função da intensa mudança que ocorre em nosso mundo e em função da inadequação das estruturas convencionais às novas circunstâncias.

O D.O. tem sua origem na Teoria Comportamental e nos pesquisadores que, ao final da Teoria das Relações Humanas, se dedicavam ao estudo de dinâmicas de grupos e modificação de comportamento grupal. Aos poucos, o D.O. foi ampliando sua área de atuação até que, ao abordar a organização com um todo, assumiu a abordagem sistêmica. Neste posto, passou a ganhar ares de teoria administrativa.

O D.O. apresenta conceito dinâmico de organização, de cultura organizacional e de mudança organizacional dentro de pressupostos bastante avançados para a nossa prática administrativa.

O processo de D.O. é constituído de três etapas: colheita de dados, diagnóstico organizacional e ação de intervenção.

Existe uma variedade de modelos de D.O. Alguns baseiam-se em alterações estruturais na organização formal. Outros, em alterações comportamentais (na cultura organizacional, no relacionamento interpessoal, intergrupal etc.), como o desenvolvimento de equipes, suprimentos de informações adicionais, análise transacional, reunião de confrontação, tratamento de conflitos intergrupal e laboratório de sensitividade.

Existem modelos mais complexos, como o de Blake e Mouton (Managerial Grid), o de Lawrence e Lorsch, o de Reddins (Teoria 3-D da Eficácia Gerencial).

Muito embora pareça uma moda passageira dentro da Administração, o D.O. é uma alternativa democrática e participativa muito interessante para a renovação e revitalização das organizações, que não podemos desprezar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo plenamente com a importância da Teoria de Contingência, mas não a chamaria a "última novidade", já que os autores citados a desenvolveram nos anos 1960 :-)